terça-feira, 11 de maio de 2010

ALTERNATIVAS PARA DIESEL MAIS LIMPO - ÔNIBUS DE TESTES DA MERCEDES BENZ


É possível conciliar o uso do óleo diesel em ônibus e caminhões com um meio ambiente mais saudável? Para muitas montadoras de veículos, a resposta é sim. Além de pesquisas no intuito de produzir um diesel de mais qualidade e com menor emissão de materiais particulados, como o diesel S 50, que já é usado em frotas de ônibus em algumas capitais e regiões metropolitanas, há estudos avançados em relação ao desenvolvimento de biocombustíveis para mover ônibus, caminhões e outros veículos pesados. No entanto, além da elaboração de um diesel com maior preocupação ambiental, o desenvolvimento de motores e sistemas de catalisação mais modernos pode auxiliar os ônibus convencionais a serem menos agressivos ao meio ambiente. Vale ressaltar que o ônibus, por si só, da maneira que ele já é, representa um ganho ambiental, pois ele pode tirar no mínimo 20 carros de passeio das ruas, que normalmente circulam com um ou duas pessoas no máximo. Proporcionalmente, os ônibus poluem bem menos que os carros que congestionam as vias, e colocá-los como vilões é corroborar com as políticas de urbanismo adotadas até hoje, que, em nome de votos, do poder da indústria de automóveis e de uma classe media que pressiona e se diz formadora de opinião, mantém os transportes públicos sucateados em detrimento ao privilégio aos transportes individuais. Mas é fato que, isoladamente, o diesel, por sua composição e característica, polui mais que a gasolina e muito mais que o etanol. A utilização de meios de transportes com tecnologia limpa, como os trólebus, é apontada como solução mais viável à equação transporte público/meio ambiente. Mas nada pode ser visto de maneira radical. Há uma realidade econômica e política brasileira que mostra que as autoridades não estão dispostas a investir nos sistemas de trolebus e ferroviários. Então, seria uma ilusão pensar de imediato numa predominância no sistema tracionado por eletricidade, como é realidade em muitos países. Além disso, por melhores que sejam os trólebus e modais ferroviários, em algumas regiões, principalmente periferias e áreas de relevo difícil, há ainda a necessidade de veículos mais flexíveis, como os ônibus convencionais. Por isso, toda a iniciativa em se fabricar motores e sistemas de combustão mais eficientes deve ser bem vinda. Nesse aspecto, algumas empresas têm investido para atender às novas resoluções de emissão de poluentes. Uma novidade já em testes é o ARLA 32, um redutor de óxido de Nitrogênio, desenvolvido pela Mercedes Benz, que é adicionado no sistema de escape do ônibus. O ARLA 32 faz parte do inédito sistema de redução catalítica Blue Tec 5 SRC. De acordo com a Mercedes Benz, esse sistema minimiza o consumo do diesel e as emissões de poluentes, queimando melhor o diesel e soltando menos fuligem no ar. Tudo isso, já é uma preparação para desenvolver motores que atendam as normas do Conama P7, que devem entrar em vigor em 2012 em conformidade ao padrão Euro V, de redução de emissão de poluentes. A Mercedes Benz também garante que seu projeto, em parceria com a empresa norte-americana, Amyris, de fabricação de um diesel com base na cana de açúcar, mais fácil de ser produzido que o etanol, está em fase avançada. Já estão sendo misturados 10% deste diesel em alguns ônibus e as reduções de poluição foram de 9%. A expectativa é de abastecimento de 100% nos novos motores. A Amyris espera parra 2010 produzir 400 milhões de litros deste diesel, chegando a 1 bilhão em 2012. A empresa diz que uma prática para desenvolvimento de novos produtos é testar constantemente produtos já lançados no mercado. Assim, veículos como este, retratado nas fotos, percorrem as regiões próximas ao centro de Pesquisas da empresa, em São Bernardo do Campo, como se estivessem prestando serviços convencionais, cheios de latões de água e sacos de areia e simulando paradas em todos os pontes de ônibus encontrados no trajeto. Texto e pesquisa: Adamo Bazani (Rádio CBN)

Um comentário:

José Euvilásio Sales disse...

Bela matéria. Em termos de combustível alternativo, muitas pesquisas foram feitas... O problema é que muitas delas nem sempre prosperam... Ônibus a gás, ônibus híbridos são exemplos de pesquisas que começaram mas não tiveram sequência. O poder público poderia contribuir muito dando algum tipo de isenção fiscal a empresas ou mesmo a produção, pesquisa e aquisição de veículos movido a combustíveis alternativos.

Um abraço.